Em quem
vou votar pra presidente? É hora de me posicionar com clareza, esperando que
nenhuma surpresa ocorra até as eleições. Não tenho aqui a intenção de convencer ninguém, a função deste texto é exclusivamente me
posicionar para que quem me lê saiba qual lado defendo.
Tenho
acompanhado atentamente cada movimento dos candidatos e esperei até assistir
ao menos dois debates para ver se algo diferente surgia. Enquanto o PT não
acertar um míssil em Marina, o que temos para agora é isso aí mesmo: Aécio,
Dilma e Marina são os três com chances de competir. Então não custa definir.
Vamos lá.
1. Vou começar
pelo mais fácil: meu imperativo categórico é tirar o PT do poder, o que
significa que a decisão já tomada é que, num eventual segundo turno Dilma e
mais um, meu voto será do mais um, não importa quem seja.
- Luciano,
mas que obsessão é essa contra o PT?
Bem, tomei
contato com o DNA do PT em 1979, antes do partido nascer. Naquela época eu
estava no movimento estudantil em São Paulo, participando de passeatas pela
volta do irmão do Henfil, pela anistia ampla, geral e irrestrita. Participei
de algumas “plenárias” com presença de representantes de sindicatos,
inclusive dos metalúrgicos. Minha antipatia nasceu quando percebi que a tal
“política sindical” resumia-se a uma frase:
- Ah, não
concorda com nossos argumentos? Não tem problema, vamos quebrar seu braço.
Ali
percebi a truculência, o vale tudo, o “tudo bem se me convém” do DNA sindical
do PT e que se revelou na plenitude (embora exista quem não consiga enxergar)
assim que o partido assumiu o poder. Para encurtar, empresto umas palavras de
uma eminente representante da inteligência petista para explicitar minha
posição com relação ao PT:
Porque sou
contra o PT? Não é só por razões teóricas e políticas. É porque eu odeio o
PT. O PT é o atraso de vida, o PT é a estupidez. É o que tem de reacionário,
conservador, ignorante, petulante, terrorista. O PT é uma abominação
política, porque ele é fascista. Ele é uma abominação ética porque ele é
violento. E ele é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim.
Faltaram
uns atributos como mentiroso, dissimulado, etc, mas o desabafo da dona
Marilena tá de bom tamanho.
Portanto,
para o bem do Brasil, fora PT!
2. Quando
Eduardo Campos estava no jogo, em alguns momentos cheguei a pensar num voto
simbólico no primeiro turno para dar peso ao candidato que eu sabia que não
iria para o segundo turno. Os outros? Luciana Genro escapou do Jurassic Park,
o Eduardo do PV parece o Suplicy com um parafuso a mais. Solto. O Levi.. bem,
quero saber que tinta ele usa no bigode. E cheguei a ficar curioso com o
pastor até ele dizer “seje” e “estrupa”.
E aí caiu
o avião.
3. Vamos
então ver Aécio. Infelizmente o PSDB, com sua social democracia esculhambada,
é um partido de esquerda (já expliquei isso anteriormente), curiosamente com
uma profunda dificuldade de falar ao povo, repleto de inimigos internos que
se fingem de amigos, preocupado em parecer certinho, bonitinho, bonzinho, e
certamente com rabo preso em maracutaias como todos os outros partidos. Não
tem santos. Só essa pode ser a explicação para sua frouxidão ao não botar a
boca no trombone cumprindo o papel de oposição que deveria ter aprendido com
o PT. É um ajuntamento político e, analisando seu comportamento eleitoral,
posso recitar sem medo uma frase que adoro: “Ninguém é tão burro quanto a
soma de todos nós.”
Os tucanos
são péssimos em comunicação, o que seria resolvido se contratassem o
marqueteiro do PT para aprender a explicar para o povo o que fizeram e o que
ainda precisa ser feito.
O que me
mantém na direção do PSDB com Aécio (como seria se fosse Serra, Alckmin ou
qualquer outro medalhão do partido) é que, diferente do PT, eles têm gente
inteligente e competente do ponto de vista da gestão, inclusive alguns dos
responsáveis pelo Plano Real, gente que sabe diagnosticar os problemas e que
conhece as soluções. Não têm a mente emburrecida por ideologias jurássicas e
não tratam corruptos como heróis. O PSDB não faz parte do Foro de São Paulo
e, quando tenta me tratar como idiota, parece idiota. E o Aécio, quando
mente, ao menos fica vermelho...
Minha
preocupação: se Aécio ganhar o PT incendeia o Brasil no dia seguinte. Teremos
pelo menos 4 anos de conflitos sociais sérios (se não acabar antes... o PT já
esteve na linha de frente que “impichou” um) . E o bicho vai pegar na
tentativa de criar uma situação caótica que só será superada com a chegada do
Redentor em 2018. A perspectiva é apavorante, custará caro, mas –
aproveitando a estréia de Hércules nos cinemas - quanto mais demorar para
enfrentar a Hidra, mais forte ela fica.
Pensando
progressivamente com uma "política de redução de danos", concluo
que o PSDB, trará menos mal ao Brasil que a permanência do PT.
Mas... e
Marina?
4. Bem,
Marina tem um vício de origem: também vem de política sindical. É membro
fundadora do PT, participou durante anos do governo que agora ataca, está
usando um partido para se eleger e o cuspirá fora na primeira oportunidade,
tem afinidades superficiais com seus companheiros de campanha, tem uma
conversa difícil de entender e repleta de chavões progressistas de quem acha
que sabe o sentido da vida. (hoje no debate ela usou até o "ponto
futuro" do saudoso Cláudio Coutinho. Não sabe o que é? Google). Não
gosto dessa coisa messiânica ungida pelos deuses, da postura carola, do papo
de povos da floresta. É autoritária, o que até poderia ser um atributo bom se
o tal progressismo não fosse sua bíblia. É, em suma, uma representante da
velha política com xale novo, só isso. E tem uma estrelinha vermelha no
coração. Temo que ela corra para o abraço à primeira lágrima de crocodilo do
Redentor.
Apesar do
palavrório ininteligível, talvez por causa da postura messiânica, da origem
humilde que a equipara a Lula e da figura frágil de santa penitente, tem
grande empatia popular e fala coisas que o povo quer ouvir. Mas como quer
ouvir, se não entende? Bem, sabe quando você vai à igreja ou templo e o padre
ou pastor lê aquelas longas passagens bíblicas, absolutamente ininteligíveis,
e o povo permanece contrito e respeitoso? Pois é. Muita gente não precisa
compreender pra imaginar que tem algo de santo sendo dito lá. Assim é Marina.
Ela tem na
equipe os Capilés da vida, gente perigosíssima, mas tem gente muito boa
também, alguns até admiráveis, o que aumenta minha desconfiança de que é
questão de tempo para que pulem fora do barco quando perceberem que seu
pragmatismo será triturado pelo pragmatismo da Rede. Já vimos isso acontecer
com o PT.
Enfim,
Marina não convence. Meu voto só será dela por conta de meu imperativo
categórico: tirar o PT do poder.
Resumindo:
Voto em
Aécio no primeiro turno.
Dando
Aécio e Dilma no segundo, voto Aécio.
Dando
Aécio e Marina no segundo, voto Aécio.
Dando
Dilma e Marina no segundo, voto Marina.
E que Deus
tenha pena do Brasil.
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Para os indecisos
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