A analogia do General é
perfeita, mas, infelizmente, não faz efeito algum no espírito daqueles que
fazem, do Brasil, um quintal de oportunismo. Não custa lembrar que os membros
dessa tal comissão ganham salário de R$11.000,00 enquanto permanecerem em atividade,
buscando bodes expiatórios.
Gen Div R-1 Newton Álvares Breide
|
O mendigo e
a comissão nacional da verdade.
“Na farmácia mais
próxima comprei esparadrapo, gaze, água oxigenada, pomada secante, sulfa e
coisas do gênero. Com a simplicidade de quem acha que está ajudando,
agachei-me e entreguei a ele a sacola com os medicamentos. Sua reação ficou
gravada na minha memória para sempre.”
|
No final da década de 70,
este jovem tenente cursava a Escola de Educação Física do Exército, no Rio de
Janeiro. Ao retornar para casa, sempre encontrava na esquina da Belfort Roxo
com Nossa Senhora de Copacabana, um mendigo de boa aparência, cerca de
quarenta anos, mas com uma chaga na perna de dar dó. A ferida aberta ia do
joelho quase até ao tornozelo. Ele, sentado na calçada, na passagem das
pessoas, recebia esmolas de quase todos os transeuntes.
O desconforto que me causou a
situação daquele coitado não me parecia possível resolver com apenas alguns
trocados. Minha consciência pedia mais!
Na farmácia mais próxima
comprei esparadrapo, gaze, água oxigenada, pomada secante, sulfa e coisas do
gênero. Com a simplicidade de quem acha que está ajudando, agachei-me e
entreguei a ele a sacola com os medicamentos. Sua reação ficou gravada na
minha memória para sempre. O tom de voz só era suplantado pelo olhar odioso
que me destinou quando deixou fluir sua raiva ao dizer mais ou menos o
seguinte: "Qual é a sua, cara? Quer acabar com o meu ganha-pão? Some
daqui com essa porcaria!"
A ficha caiu. O falso mendigo
queria manter a ferida aberta para sempre. Não lhe interessava ética,
verdade, trabalho digno ou qualquer outro sentimento nobre. O vil metal,
abocanhado com facilidade, fazia com que enganasse as pessoas com sua
pretensa condição de desassistido e injustiçado pela sociedade. Ao longo
daquele ano, quando passava pelo seu ponto privilegiado, ele sorria com
sarcasmo e deboche.
O comportamento da Comissão
Nacional da Verdade (CNV) é similar ao do falso pedinte. Não interessa a seus
integrantes e àqueles que a criaram a pacificação que a Lei da Anistia
propõe. A chaga tem de continuar aberta e sangrando para render polpudas
indenizações a uns e menosprezo a outros! Acusações sem provas, ilações
infundadas, dúvidas risíveis e condenações sem direito ao contraditório e à
ampla defesa maculam qualquer resquício de verdade que possam ter obtido.
Os crimes abjetos e violentos
do terrorismo e da guerrilha – causa – foram esquecidos pela CNV. Só são
lembradas as inconformidades da lídima repressão do Estado – consequência.
Entretanto, sempre é bom lembrar que só ao Estado é dado o direito de emprego
da força na sua autodefesa, quer seja a ameaça externa ou interna.
Em respeito à inteligência
dos leitores, nem vou tratar do escopo ideológico da luta armada imposta ao
Brasil pela esquerda radical. Até a velhinha de Santo André, que jura não ter
o PT qualquer envolvimento na morte do Celso Daniel e no aparecimento de mais
sete cadáveres, não engole o subterfúgio ardiloso de que as organizações
terroristas lutavam pela democracia.
A sanha ideológica espúria
que pautou a criação da malsinada CNV, estribada no revanchismo, produziu,
tão somente, a versão fantasmagórica daqueles que pretendem mudar a história,
transformando guerrilheiros, terroristas e outros criminosos em paladinos do bem.
A acusação pusilânime contra
os generais presidentes é prova cabal da leviandade, parcialidade e má fé que
de forma perene estão amalgamadas no seu relatório final.
O contundente absurdo, entre
outros, vem com a proposta de um pedido de desculpas das Forças Armadas.
Desculpas por ter evitado a "cubanização" do Brasil? Ou por impedir
a nossa transformação em uma "maravilha bolivariana" onde a
população não tem, sequer, acesso aos artigos de primeira necessidade?
Felizmente, essa ridícula
proposta será atendida quando o sargento Garcia prender o Zorro ou os
Comandantes das Forças Singulares se tornarem covardes. A probabilidade é a mesma!
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fale com Net 7 Mares e, caso queira resposta, assine com o seu endereço de e-mail. O seu texto e endereço de e-mail serão lidos por mim, mas, para evitar a publicação do seu e-mail no blog, não serão aprovados.