LEITURA E COMENTÁRIO DE OBRAS

 

LEITURA E COMENTÁRIOS DE OBRAS

Net 7 Mares

        Tentando esclarecer melhor sobre o tema “Leitura e Comentários de Obras”, vejamos por tópicos:

1) — Não sou crítico no sentido convencionado pela comunidade literária. Sou apenas um comentarista que aborda uma obra, unicamente ao amparo do meu gosto, um direito natural, igual àquele de que fazem uso, por exemplo, as pessoas que saem de um cinema, falando sobre um determinado filme que acabaram de ver.

2) — Isoladamente, o meu comentário valor algum tem. Ainda que o autor veja em minhas palavras algum subsídio importante, reitero sempre isto: deve o autor buscar opiniões também de outros, mas que sejam sinceras.

3) — Ainda que eu aprecie a linha do poema neoparnasiano e por ela eu caminhe na minha poética, não sou absolutamente avesso à prosa dita poética, posto que já vislumbrei, embora raramente, poesia em prosas. Minha visão pode ser distorcida, mas é minha e, a meu ver, tem lógica, na medida em que se baseia, repito, unicamente, no meu gosto. Por aí, digo que  parte dos poetas, mas não a maioria, anda pela poesia, usando os instrumentos da forma (rima, metro, chave de ouro, etc); poucos, bem poucos, não apenas andam, mas voam quando conseguem suscitar poesia na alma do leitor pela via da chamada prosa poética, que é aquela composição montada em versos brancos (sem rimas).

4)— De resto, a maioria não anda nem voa; rasteja na prosa pretensamente poética, onde até a quebra de linhas sem explicação constitui uma dos adereços da impostura. Esta opinião — desculpe o repeteco — é minha apenas, e não estou me referindo a autor "A" ou "B"; estou manifestando aqui apenas um pensamento no exercício legítimo de opinar livremente. Portanto, de nada vai adiantar trazerem-me alfarrábios de estudos poéticos escritos por gente que, em geral, não consegue compor sequer uma quadrinha de ciranda. Se querem estudar a Poesia como se fora uma ciência exata, isso é assunto daqueles teóricos; e, se eu me acho poeta, eles é que devem estudar as minhas obras se eu fizer por merecer esse estudo, e não eu estudar as suas teorias e teses, porque, neste caso, eu estaria trocando as posições entre burro e carroça. Se isso não basta, sequer há consenso no que esses teóricos pregam. Lembram-se daquela cena do filme "Sociedade dos Poetas Mortos", em que o professor revolucionário de Literatura manda os alunos rasgarem as páginas de um desses compêndios de poesia? Pois é; eu sou do mesmo time dele.

        Por tudo isso e, mais ainda, por estarmos tão escassos de leitores, o autor deveria agradecer pela leitura de seus trabalhos ainda que recebendo comentário depreciativo, porque é mais um dado que ele, o autor da obra comentada, poderia juntar às demais opiniões recebidas para, dali, ter uma ideia da aceitação de sua obra. No entanto, o que a gente vê são autores metidos em "não me toques", em melindres descabidos, gente que desfila de artista, mas que não resiste a um simples "não gostei", e que são desmascarados quando encontram alguém que tem a coragem de lhe dizer: "sua obra é medíocre". A partir de então, ele assume a sua insignificância no momento em que coloca a opinião de um só como se fosse uma opinião geral. Mas essa conclusão falsa acontece somente na sua cabeça, porque, desconfiado da sua pretensa capacidade e sabedor das suas limitações inconfessáveis, sabe que basta alguém abrir uma nesga da sua máscara para que a mesma caia. O resto é solidariedade sem sentido, porque, se estamos a falar de poetas, escritores e artistas em geral, e se os tais se acham os bambas das letras, não tolerando crítica negativa sobre o que escrevem e, também, sem humildade alguma para buscar aprendizado com os demais, que se virem sozinhos nas suas busca por aperfeiçoamento (se é que a buscam), ao invés de pleitearem reconhecimento de uma pretensa capacidade que não têm, posto que vivem se amparando em louvaminhas simpáticas e gestos de comiseração dos demais. Se essa situação acontece dentro de um grupo literário, o quadro é mais dramático. Grupo literário é lugar de troca de idéias, de aprendizado, e não vitrine de egos mal resolvidos, porque, para isso, existem os grupo de auto-ajuda, e é lá que deveriam estar, postando as suas mazelas.

        Os pontos acima são básicos e sobre os quais já falei à exaustão, mas não adianta, porque, vira e mexe, lá estou eu no paredão dos críticos, quando a minha conduta é crítica tanto quanto é a de todos. A única diferença é que há "críticos" — e sou um dos poucos e entre aspas — que falam, enquanto que a maioria é muda. Ora! Até num corredor de um supermercado somos críticos, na medida em que, antes de pegar um produto e colocar no carrinho, entramos em mil considerações. Ora! Quando alguém expõe uma obra na Internet está logicamente perguntando a minha opinião e a de todos que a lerem. Bom... Isso, se ele for um artista, um poeta etc. Se for um carente de afagos, aí a história é outra. De qualquer modo, isso não é problema meu; é dele, que anda expondo, em lugar errado, as suas reações estúpidas aos comentários depreciativos que são direcionados às suas literatices. O divã de um psicanalista ou mesmo o consultório de um psiquiatra seria o recinto mais adequado.

        Por fim e pela enésima vez, repito: não comento gente, comento obra; e o direito que tenho de comentar é indiscutível, não apenas por se tratar de direito universalmente aceito, mas porque o faço dentro de um grupo de discussão, e ainda, tomando o cuidado de enviar cópia do meu comentário ao autor do trabalho comentado.

        Net 7 Mares 



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